domingo, 7 de junho de 2015

A Pária Educadora

Retorno aos meus profundos mergulhos em mim mesmo.
Retorno aos rabiscos digitais em meu blog.
Criado em 2010 ou 2011, não sei ao certo.
Penso no que ouvi na eleição para Presidente do meu país
Penso no que eu ouvi sobre o futuro. E eu Educador.
Passei a ter a certeza que o futuro, tão desconhecido, tão imprevisto, estaria garantido, porque o que regeria o mesmo seria a Educação. E a mesma com letra maiúscula.
Teríamos crianças e jovens nos bancos ou cadeiras escolares.
Profissionais da Educação (maiúscula) muito bem pagos.
Prédios para o fim da Educação, construídos com esmero, com qualidade e aptos para o exercício nobre do ensinar.
Uma sociedade tolerante e acima de tudo preocupada com o bem da coletividade.
Pensei em ter mais cinco filhos.
Claro!
O que me impedia de ter mais filhos é a impossibilidade de identificar um futuro social digno, onde todos tenham oportunidades e a meritocracia seja apenas uma palavra utilizada para todos que tiveram suas chances e não souberam agarrá-la.
Que felicidade coletiva!
Pátria Educadora!
Como uma nevoeiro, que esconde os prédios, a praia, as montanhas, porém depois se assenta e permite que tudo apareça aos nossos olhos, iniciei a cura da minha cegueira. Enxerguei.
Meus olhos começaram a ver e minha mente decodificava o que era visto.
Não apenas olhei. Eu enxerguei.
A decodificação cerebral se associava ao compreender, ao entender, ao analisar e finalmente ao enxergar.
As afirmações feitas anteriormente se desmoronaram, como a queda do jogo "Balança mais não cai", que é uma afirmativa mentirosa. Se você retirar a peça errada, a torre balança e cai, levando-o à derrota.
Foi assim que me senti. Retiraram a peça mais importante, que foi a verdade, levando a minha sociedade ao chão.
Inúmeros jovens perderam seus benefícios, inúmeros projetos perderam seu incentivo, inúmeros sonhos caíram, assim como a torre do citado jogo.
Procurei, como um pirata, olhar do alto de sua nau a "terra a vista" ou como um andarilho, observar a "luz no fim do túnel".
Nada encontrei.
Observei claramente um debate sobre um shopping de milhões de reais, sobre disponibilidade de recursos para um número incrível de ministérios.
Foi bom!
Isso me fez lembrar as aulas de Moral e Cívica ou Organização Social e Política do Brasil, onde deveríamos saber o nome dos ministros dos poucos ministérios.
Caia na prova.
Mas hoje, em 2015, não sei nem o nome dos ministérios.
Quanto gasto dessa Pátria Educadora"!
Compreendi, e enxerguei.
Pátria Educadora para os que podem pagar ou para os que podem "levar" o que não foi conquistado com sua gota constante de suor.
Escolas públicas abandonadas, destruídas, arruinadas.
Hospitais destruídos, sem médicos, sem materiais básicos, mas com as superbactérias no comendo.
Povo sem vontade, sem fé, mas o Maracanã de bilhões ou o Mané Garrincha sem o uso efetivo.
Que Pátria Educadora, que diariamente me educa para a experiência do desgosto com o serviço público, com os políticos, com as promessas.
Que Pátria!
Que País!
Que políticos!
Só quero um filho e já está bom.