sexta-feira, 16 de novembro de 2012

QUERO LEILOAR A MINHA . . .


Quero leiloar a minha . . .

Realmente vivemos momentos incríveis, onde podemos através das redes sociais, expor nossas opiniões, pensamentos, utilizando a democracia e o direito inalienável de poder falar. Nunca nos calar.
Por esse motivo, venho acompanhando algumas notícias e colocarei a minha reflexão sobre a jovem Catarinense, que leiloou a sua condição física, repito, física de nunca ter sofrido uma penetração em um ato sexual. Necessito ser didático no momento, por motivos óbvios, penetração essa convencional, ou seja, via canal vaginal.
A jovem de 20 anos receberá ou já recebeu a quantia de U$$ 780.000,00 (setecentos e oitenta mil dólares), representando em nossa moeda algo em torno de R$ 1.500.000,00 (Hum milhão e quinhentos mil reais).
Achei uma jogada incrível, e como a própria jovem declarou, um “negócio”, como um comercio, a compra de um carro, uma bicicleta ou uma casa.
Como todos nós necessitamos de dinheiro e pensando em minha situação heterossexual, com mais de 40 anos, casado e fiel, pensei, o que eu posso leiloar?
Achei algo de extremo valor para mim, que é a minha inteligência, minha capacidade de pensar, me indignar, me preocupar com o próximo, ser solidário e ter a profissão de professor, professor de Biologia.
Olhei para minha filha e me emocionei, porque acho que encontrei a melhor possibilidade de oferecer um futuro maravilhoso para ela. Sem me corromper, mas dividindo a capacidade que adquiri em minha vida, receberei milhões.
Minha reflexão é lógica e totalmente correta. Se a jovem que não sabe falar direito, tem uma experiência mínima de vida, não conhece Freud, Piaget, Descart, São Tomaz de Aquino, Cora Coralina, Jorge Amado, Fernando Pessoa, Maquiavel, Jesus, Buda e muitos outros recebeu R$ 1.500.000,00 eu receberei muito, mas muito mais.
Nesses dias onde os valores estão cada vez mais claros para todos, farei o leilão de minha inteligência, da minha capacidade de pensar.
Quanto será que receberei?
Depois coloco o número da minha conta.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Educação X educação, quem é o vencedor?


Venho pensando muito nos dois tipos de Educação, que são a Educação como instituição criada pelo homem com a função de informar e educação, aquela que recebemos pelos nossos educadores consanguíneos ou que nos criam e são nossos responsáveis.
O grande problema é que não encontro respostas simples, a fim de indicar como ambas caminham.
A Educação como formadora de cidadãos, atuante nos ambientes escolares e até mesmo nas Universidades, apresenta uma forma homogênea,  constante e até mesmo, repetindo  a palavra anterior, uma forma colocada na fôrma. Uma reprodução do que já foi feito.
Este modelo desrespeita as diferenças, onde os mais aptos são sempre privilegiados, exaltados e recebem as melhores oportunidades. Vale salientar que são os mais aptos de acordo com o modelo utilizado.
Ser homogêneo em um ambiente educacional, acadêmico é extremamente nocivo ao desenvolvimento da episteme.
Reporto-me aos grandes Centros do Conhecimento do passado, simbolizados em filmes e documentários, onde novos saberes eram "queimados na fogueira do pecado" e os detentores da informação eram tidos como "semi-deuses", portadores do "direito sagrado" da seleção/escolha e divulgação das novas informações. Obviamente, informações essas, que não gerassem desequilíbrio à ordem pré-estabelecida.
Porém, nos dias de hoje, corroborado pelo avanço do diagnóstico por imagem do Sistema Nervoso e pelo avanço da Biomedicina (especificamente a Neurociência), passamos a conhecer um número enorme de disfunções, síndromes,  deficiências morfofisiológicas e outros, que no passado, seus portadores eram considerados pouco empenhados, desestimulados, incompetentes no aprender, ocasionando uma velada discriminação e a colocação dos mesmos à margem do processo de aprendizagem.
Afirmo que tal procedimento ainda ocorre e não em pequena escala.
Apesar da política de inclusão criada pelos Governos, os profissionais não foram e raramente são preparados para lidar com essas especificidades.
Pronto! Encontramos os futuros profissionais adequados para as atividades que necessitem de pouco pensar.
A injustiça está feita.
Se no passado, estes indivíduos excluídos dos processos de aprendizagem, tivessem o mínimo possível de oportunidades, ou até uma análise mais criteriosa de seus “muros invisíveis”, provavelmente teríamos um avanço significativo do processo educacional, citando a sociedade brasileira como exemplo.
Vários pensadores, cientistas, cineastas e muitos outros profissionais, que receberam uma atenção mais respeitosa, em países como Áustria, Alemanha, Finlândia, Suíça, Noruega, Reino Unido  e Estados Unidos, tornaram-se posteriormente cidadãos de sucesso e referência para suas pátrias.
Acredito que temos nesta conclusão, o grande motivo para a colocação vergonhosa (88º lugar) de nosso páis nas posições mundiais de Educação.
Algumas fatias desse fracasso devem ser divididas entre os Governos (Federal, Estadual e Municipal), as Instituições Particulares, que pouco investem, mas muito exigem, como excelentes resultados, os profissionais de Educação, que não buscam uma melhor informação em relação às novas metodologias e às especificidades dos educandos (muitas das vezes por não possuírem condições financeiras e nem tempo) e as famílias, que exigem muito das Instituições, repassando a responsabilidade integral da educação, da formação e, pasmem do carinho, do afeto e do amor com os seus filhos.
Indiretamente penetro nos meandros da formação cidadã, de valores éticos, afetivos e emocionais.
Onde está a família?
Temos que deixar muito claro que não devemos generalizar. Seria extremamente leviano.
Entretanto surge no horizonte da formação humana, uma geração frágil, mas mal educada, insegura, mas arrogante, carente, mas com potencial significativo para humilhar o seu semelhante, tendo como arma o ter.
Tenho o melhor celular, o melhor tablet, o melhor carro, meus amigos são os melhores, minha casa é a melhor e eu sou a melhor pessoa.
Na verdade devemos pensar em duas questões, que são: Onde está a família e quem são essas pessoas?
Respostas?
Neste momento conseguimos integrar a palavra Educação com a palavra educação, ou seja, o processo de formação intelectual depende totalmente da formação que os educandos recebem em seu lar, possibilitando a simbiose entre o jovem formado com o informado.
Podemos ter uma família excepcional, alicerçada em valores éticos, mas a mesma ficará carente se os Educadores forem deficientes no seu processo de informar e/ou formar.
Da mesma forma se a família for falha em suas responsabilidades e o ambiente educacional for qualificado, geraremos uma crise interna no jovem, podendo gerar futuramente uma dúvida quase que mortal, pois o conflito será entre os valores familiares e a formação educacional.
Logo, podemos concluir que a situação conflitante que vivemos é a principal mola destruidora da formação de nossos jovens e dos futuros adultos.
Várias são as teorias, várias são as pesquisas, mas urge uma mudança radical no modelo Educacional e no valor que é dado aos profissionais de Educação.
Fica o “gostinho” para um posterior debate sobre o Vestibular/ENEM e os valores passados na Educação Infantil e as primeiras séries do Ensino Fundamental, que são perdidos e jogados fora, porque o resultado no ranking das Universidades é o que importa.