Venho pensando muito nos dois tipos de
Educação, que são a Educação como
instituição criada pelo homem com a função de informar e educação, aquela que recebemos pelos nossos educadores consanguíneos
ou que nos criam e são nossos responsáveis.
O grande problema é que não encontro
respostas simples, a fim de indicar como ambas caminham.
A Educação como formadora de cidadãos,
atuante nos ambientes escolares e até mesmo nas Universidades, apresenta uma
forma homogênea, constante e até mesmo, repetindo a palavra anterior, uma forma colocada na
fôrma. Uma reprodução do que já foi feito.
Este modelo desrespeita as diferenças,
onde os mais aptos são sempre privilegiados, exaltados e recebem as melhores
oportunidades. Vale salientar que são os mais aptos de acordo com o modelo
utilizado.
Ser homogêneo em um ambiente
educacional, acadêmico é extremamente nocivo ao desenvolvimento da episteme.
Reporto-me aos grandes Centros do
Conhecimento do passado, simbolizados em filmes e documentários, onde novos
saberes eram "queimados na fogueira do pecado" e os detentores da
informação eram tidos como "semi-deuses", portadores do "direito
sagrado" da seleção/escolha e divulgação das novas informações.
Obviamente, informações essas, que não gerassem desequilíbrio à ordem
pré-estabelecida.
Porém, nos dias de hoje, corroborado pelo
avanço do diagnóstico por imagem do Sistema Nervoso e pelo
avanço da Biomedicina (especificamente a Neurociência), passamos a conhecer um
número enorme de disfunções, síndromes, deficiências morfofisiológicas
e outros, que no passado, seus portadores eram considerados pouco empenhados,
desestimulados, incompetentes no aprender, ocasionando uma velada
discriminação e a colocação dos mesmos à margem do processo de aprendizagem.
Afirmo que tal procedimento ainda ocorre e
não em pequena escala.
Apesar da política de inclusão criada
pelos Governos, os profissionais não foram e raramente são preparados para
lidar com essas especificidades.
Pronto! Encontramos os futuros profissionais
adequados para as atividades que necessitem de pouco pensar.
A injustiça está feita.
Se no passado, estes indivíduos excluídos
dos processos de aprendizagem, tivessem o mínimo possível de oportunidades, ou
até uma análise mais criteriosa de seus “muros invisíveis”, provavelmente
teríamos um avanço significativo do processo educacional, citando a sociedade
brasileira como exemplo.
Vários pensadores, cientistas, cineastas e
muitos outros profissionais, que receberam uma atenção mais respeitosa, em países
como Áustria, Alemanha, Finlândia, Suíça, Noruega, Reino Unido e Estados Unidos, tornaram-se posteriormente
cidadãos de sucesso e referência para suas pátrias.
Acredito que temos nesta conclusão, o
grande motivo para a colocação vergonhosa (88º lugar) de nosso páis nas
posições mundiais de Educação.
Algumas fatias desse fracasso devem ser
divididas entre os Governos (Federal, Estadual e Municipal), as Instituições
Particulares, que pouco investem, mas muito exigem, como excelentes resultados,
os profissionais de Educação, que não buscam uma melhor informação em relação
às novas metodologias e às especificidades dos educandos (muitas das vezes por
não possuírem condições financeiras e nem tempo) e as famílias, que exigem
muito das Instituições, repassando a responsabilidade integral da educação, da
formação e, pasmem do carinho, do afeto e do amor com os seus filhos.
Indiretamente penetro nos meandros da formação cidadã, de valores éticos,
afetivos e emocionais.
Onde está a família?
Onde está a família?
Temos que deixar muito claro que não
devemos generalizar. Seria extremamente leviano.
Entretanto surge no horizonte da formação humana, uma geração frágil, mas mal educada,
insegura, mas arrogante, carente, mas com potencial significativo para humilhar
o seu semelhante, tendo como arma o ter.
Tenho o melhor celular, o melhor tablet, o
melhor carro, meus amigos são os melhores, minha casa é a melhor e eu sou a
melhor pessoa.
Na verdade devemos pensar em duas questões,
que são: Onde está a família e quem são essas pessoas?
Respostas?
Neste momento conseguimos integrar a
palavra Educação com a palavra educação, ou seja, o processo de formação
intelectual depende totalmente da formação que os educandos recebem em seu lar,
possibilitando a simbiose entre o jovem formado com o informado.
Podemos ter uma família excepcional,
alicerçada em valores éticos, mas a mesma ficará carente se os Educadores forem
deficientes no seu processo de informar e/ou formar.
Da mesma forma se a família for falha em
suas responsabilidades e o ambiente educacional for qualificado, geraremos uma
crise interna no jovem, podendo gerar futuramente uma dúvida quase que mortal,
pois o conflito será entre os valores familiares e a formação educacional.
Logo, podemos concluir que a situação
conflitante que vivemos é a principal mola destruidora da formação de nossos
jovens e dos futuros adultos.
Várias são as teorias, várias são as
pesquisas, mas urge uma mudança radical no modelo Educacional e no valor que é
dado aos profissionais de Educação.
Fica o “gostinho” para um posterior debate
sobre o Vestibular/ENEM e os valores passados na Educação Infantil e as
primeiras séries do Ensino Fundamental, que são perdidos e jogados fora, porque
o resultado no ranking das Universidades é o que importa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário