quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Educação X educação, quem é o vencedor?


Venho pensando muito nos dois tipos de Educação, que são a Educação como instituição criada pelo homem com a função de informar e educação, aquela que recebemos pelos nossos educadores consanguíneos ou que nos criam e são nossos responsáveis.
O grande problema é que não encontro respostas simples, a fim de indicar como ambas caminham.
A Educação como formadora de cidadãos, atuante nos ambientes escolares e até mesmo nas Universidades, apresenta uma forma homogênea,  constante e até mesmo, repetindo  a palavra anterior, uma forma colocada na fôrma. Uma reprodução do que já foi feito.
Este modelo desrespeita as diferenças, onde os mais aptos são sempre privilegiados, exaltados e recebem as melhores oportunidades. Vale salientar que são os mais aptos de acordo com o modelo utilizado.
Ser homogêneo em um ambiente educacional, acadêmico é extremamente nocivo ao desenvolvimento da episteme.
Reporto-me aos grandes Centros do Conhecimento do passado, simbolizados em filmes e documentários, onde novos saberes eram "queimados na fogueira do pecado" e os detentores da informação eram tidos como "semi-deuses", portadores do "direito sagrado" da seleção/escolha e divulgação das novas informações. Obviamente, informações essas, que não gerassem desequilíbrio à ordem pré-estabelecida.
Porém, nos dias de hoje, corroborado pelo avanço do diagnóstico por imagem do Sistema Nervoso e pelo avanço da Biomedicina (especificamente a Neurociência), passamos a conhecer um número enorme de disfunções, síndromes,  deficiências morfofisiológicas e outros, que no passado, seus portadores eram considerados pouco empenhados, desestimulados, incompetentes no aprender, ocasionando uma velada discriminação e a colocação dos mesmos à margem do processo de aprendizagem.
Afirmo que tal procedimento ainda ocorre e não em pequena escala.
Apesar da política de inclusão criada pelos Governos, os profissionais não foram e raramente são preparados para lidar com essas especificidades.
Pronto! Encontramos os futuros profissionais adequados para as atividades que necessitem de pouco pensar.
A injustiça está feita.
Se no passado, estes indivíduos excluídos dos processos de aprendizagem, tivessem o mínimo possível de oportunidades, ou até uma análise mais criteriosa de seus “muros invisíveis”, provavelmente teríamos um avanço significativo do processo educacional, citando a sociedade brasileira como exemplo.
Vários pensadores, cientistas, cineastas e muitos outros profissionais, que receberam uma atenção mais respeitosa, em países como Áustria, Alemanha, Finlândia, Suíça, Noruega, Reino Unido  e Estados Unidos, tornaram-se posteriormente cidadãos de sucesso e referência para suas pátrias.
Acredito que temos nesta conclusão, o grande motivo para a colocação vergonhosa (88º lugar) de nosso páis nas posições mundiais de Educação.
Algumas fatias desse fracasso devem ser divididas entre os Governos (Federal, Estadual e Municipal), as Instituições Particulares, que pouco investem, mas muito exigem, como excelentes resultados, os profissionais de Educação, que não buscam uma melhor informação em relação às novas metodologias e às especificidades dos educandos (muitas das vezes por não possuírem condições financeiras e nem tempo) e as famílias, que exigem muito das Instituições, repassando a responsabilidade integral da educação, da formação e, pasmem do carinho, do afeto e do amor com os seus filhos.
Indiretamente penetro nos meandros da formação cidadã, de valores éticos, afetivos e emocionais.
Onde está a família?
Temos que deixar muito claro que não devemos generalizar. Seria extremamente leviano.
Entretanto surge no horizonte da formação humana, uma geração frágil, mas mal educada, insegura, mas arrogante, carente, mas com potencial significativo para humilhar o seu semelhante, tendo como arma o ter.
Tenho o melhor celular, o melhor tablet, o melhor carro, meus amigos são os melhores, minha casa é a melhor e eu sou a melhor pessoa.
Na verdade devemos pensar em duas questões, que são: Onde está a família e quem são essas pessoas?
Respostas?
Neste momento conseguimos integrar a palavra Educação com a palavra educação, ou seja, o processo de formação intelectual depende totalmente da formação que os educandos recebem em seu lar, possibilitando a simbiose entre o jovem formado com o informado.
Podemos ter uma família excepcional, alicerçada em valores éticos, mas a mesma ficará carente se os Educadores forem deficientes no seu processo de informar e/ou formar.
Da mesma forma se a família for falha em suas responsabilidades e o ambiente educacional for qualificado, geraremos uma crise interna no jovem, podendo gerar futuramente uma dúvida quase que mortal, pois o conflito será entre os valores familiares e a formação educacional.
Logo, podemos concluir que a situação conflitante que vivemos é a principal mola destruidora da formação de nossos jovens e dos futuros adultos.
Várias são as teorias, várias são as pesquisas, mas urge uma mudança radical no modelo Educacional e no valor que é dado aos profissionais de Educação.
Fica o “gostinho” para um posterior debate sobre o Vestibular/ENEM e os valores passados na Educação Infantil e as primeiras séries do Ensino Fundamental, que são perdidos e jogados fora, porque o resultado no ranking das Universidades é o que importa.

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